sexta-feira, 18 de maio de 2007

A universidade me deixou burra(o) demais!

Até quando toleraremos aulas chatíssimas, de assuntos que de nada irão servir em nossa profissão, que não nos permitem produzir conhecimento ( apenas decoramos o assunto) e que muito menos serão por nós utilizados em nossa própria vida?

O homem é um animal racional.Sempre sentimos prazer em produzir ferramentas que nos auxiliassem no nosso dia-a-dia e em entender o mundo a nossa volta. Sempre sentimos prazer no “estudo”. Por que agora ele tem de ser essa tormenta?

É certo que o processo de aprendizagem exige certos sacrifícios, mas tendo em vista a estrutura das atuais universidades, podemos resumir tais sacrifícios em apenas um: emburrecer. O principal papel da universidade de hoje é produzir a mão-de-obra de ignorantes tecnocratas que o mercado precisa. Assim como tudo em nossa sociedade, conhecimento também é mercadoria.

Sendo assim, para que construamos uma nova universidade, na qual os estudantes não sejam tratados como burros e sim como verdadeiros humanos ( sedentos de conhecimento, curiosos, inventivos, transformadores da realidade ), é preciso que construamos um novo jeito de viver. Enfim. Como já dizia a poeta Cecília, é preciso que a vida seja reinventada. E só a luta muda a vida.

Organizar a luta na UFS: é pra unir, é pra lutar, é para não privatizar!

Diante de tantos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, à educação pública, e ao projeto de universidade voltada para a classe trabalhadora e democrática, que os estudantes, técnicos e professores sentem a necessidade de lutar em conjunto.

Para discutir os problemas da UFS, as políticas educacionais do MEC, e toda a conjuntura que vive nossa país, é que foi criado o COLETIVO EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E GRATUITA. Debater a nossa realidade é fundamental pra sabermos quais as causas dos problemas que enfrentamos, e encaminhar lutas pra avançar nas conquistas de direitos.

As Reuniões ocorrem todas as quintas, na sala de reuniões da ADUFS/SINTUFS, alternando os horários (9h, 15h, 18h),. Pra saber, é só passar no DCE.

25 e 26 de março: unidade dos que lutam para barrar as reformas

Nos dias 25 e 26 de março, dois eventos nacionais importantíssimos marcaram a unificação dos movimentos sociais, sindicatos e do movimento estudantil que lutam contra a retirada de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

O dia 25 foi o Encontro Nacional contra as Reformas Neoliberais. O encontro contou com mais de 6000 participantes, e criou o Fórum nacional de mobilização contra as reformas neoliberais. Mas que reformas são essas?

O governo planeja realizar uma reforma na legislação trabalhista que flexibilize os direitos como férias, 13º salários, licença maternidade, e muitos outros. Pra atender aos interesses dos patrões, esses direitos serão agora negociáveis, podendo ser retirados caso os patrões queiram. Pra piorar, pretende antes fazer uma reforma sindical, para dificultar a organização dos trabalhadores. E pra completar, uma reforma da previdência pra retirar mais direitos.

O dia 26 foi a plenária nacional em defesa da educação pública, contra a reforma universitária. A reforma universitária já está no congresso em tramitação. Essa reforma não prevê nenhum aumento nas verbas para a educação superior pública. Pelo contrário, ela prevê a desobrigação do Estado em relação ao financiamento da universidade pública, enquanto injeta recursos públicos nas universidades privadas, ou seja, um absurdo!

Não bastasse, ela empurra a universidade pública nos braços da iniciativa privada, legalizando uma série de relações promíscuas com o mercado para captação de recursos.

Diante disso, o dia 23 é um dia nacional de luta que tem como mote: nenhum direito a menos, avançar na conquistas! Os estudantes, professores e técnicos devem construir em conjunto essa luta!

A nossa UFS: mobilizar antes que a casa caia...

A UFS, assim como as demais universidades brasileiras, vivencia cotidianamente diversos problemas: faltam professores efetivos, estrutura adequada para realização do ensino e da pesquisa, biblioteca com acervo defasado, o restaurante universitário não atende satisfatoriamente a demanda de estudantes. Tudo isso se deve à política de privilegiar bancos e cortar investimentos em áreas sociais.

Não bastassem esses problemas, a Universidade passa hoje por um processo de expansão que melhor poderia ser chamado processo de inchação. A universidade acolhe estudantes em cursos novos, amplia os existentes, sem dar o aporte necessário de recursos, causando ainda mais problemas.

Os campus criados funcionam com deficiências gritantes, sem nenhuma política de assistência estudantil(resun, bolsas), sem biblioteca(laranjeiras), ou com acervo precário(Itabaiana, e São Cristóvão), laboratórios sucateados, ou seja, em condições péssimas.

Por isso, é necessário cada vez mais se mobilizar para que se adote uma política de expansão responsável, e lutar por mais verbas para a universidade pública. É preciso lutar pra não deixar que a casa caia...

23 de Maio: Dia de luta em defesa da Universidade pública e gratuita, dia de luta contra a retirada de direitos sociais!

O dia 23 de maio promete ser um marco nacional na luta dos movimentos sociais que resistem às políticas de desmonte do Estado e de retirada dos direitos sociais duramente conquistados pelo povo brasileiro ao longo de muitos anos de luta.

Em todas as áreas sociais, a lógica dos governos federais, até hoje, foi sempre de tratar com descaso educação, saúde, reforma agrária. Isso acontece porque para os nossos governantes, é mais importante mandar dinheiro pros bolsos dos banqueiros do que resolver os problemas do nosso povo. Pra se ter uma idéia, o que o governo gasta com a dívida pública em um mês, ele gasta com a educação em um ano.

Não contente com esse tipo de arrocho, o governo atual quer implementar uma série de medidas que retiram direitos sociais, como os direitos trabalhistas e previdenciários, através de reformas nos textos legais. Com a Educação não é diferente. O governo tem uma proposta de reforma universitária que privatiza a universidade por dentro. O seu projeto de expansão não assegura qualidade dos cursos já existentes e dos cursos novos, gerando o caos que vivemos hoje na UFS, sucateando ainda a mais nossa universidade.

Em todas as universidades estarão sendo realizados atos no dia 23 pra impedir mais esse ataque, e exigir mais verbas públicas para a educação pública. Vai ser um dia de luta em defesa da Universidade, e mais que isso um dia em defesa dos nossos direitos conquistados com muita luta.